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Caminhos de esperança

A Esperança é uma luz interior multiforme e dinâmica que nos atrai para a imensidão do que é Bom, do Verdadeiro e do Belo.

Há alguns anos percorri a estrada de montanha (fechada no inverno) que, atravessando os Pirenéus, une dois lugares onde a Virgem Maria chamou a humanidade à esperança: Saragoça (Nossa Senhora do Pilar) e Lurdes.

Foi bom sentir a presença protetora de Maria em todo o percurso. No meio dele enviou-nos mesmo um "anjo" local, a quem demos boleia, durante algum tempo, e que, findo o qual, nos indicou a direção para Lurdes.

Maria sempre foi, e continua a ser o grande sinal de que Deus nos ama e que tudo faz para, através dela, nos comunicar a Sua Misericórdia e a Sua Bondade.

Maria inspira o nosso espírito a abrir janelas, percorrer caminhos e alcançar horizontes onde a Luz é eterna. Ela convida-nos a pousar o nosso olhar nos verdes prados onde podemos encontrar a perene árvore da vida: seu Filho, Jesus que, ao morrer na cruz, por nós - homens, até então escravos do poder das trevas - nos libertou e nos possibilitou o acesso à infinita maravilha: a vida eterna. A partir de então a sua Cruz, o sinal do Filho do Homem, deixou de ser sinal de morte e passou a ser sinal de esplendorosa esperança.

Cabe-nos a nós a liberdade e a responsabilidade de manter abertas as janelas para que por elas possa entrar essa Luz de Deus que ilumina as nossas mentes tantas vezes obscurecidas pelos tóxicos fumos de estranhas e vagas espiritualidades. Tenhamos a coragem de fazer desvanecer, com a força do sopro do Espírito Santo, esposo de Maria, os ídolos fantasmagóricos que nos seduzem para nos conduzirem, quase sempre, ao nada. A isso mesmo nos exorta o Santo cura d’Ars quando afirma:

"É o Espírito Santo que afasta o nevoeiro que o demónio põe à nossa frente para nos fazer perder o caminho do céu."

Infelizmente há muitos que, tomados pelo cepticismo e por um racionalismo redutor, pensam que fora dos caminhos do conhecimento propostos pela ciência, nada se pode saber. Aborrecem-se com os mistérios e acham que tudo o que escapa à verificação da ciência é simplesmente absurdo. Segundo a sua forma de pensar todo o mistério será um dia esclarecido pela ciência.

Aqueles que se enquadram dentro dessa perspectiva deviam saber que esses preconceitos são tremendamente limitadores, pois privam o homem do direito de ser algo mais que aquilo que a ciência consegue ver nele. Não acreditam que possa haver algo no homem que só Deus conhece. É precisamente essa descrença que leva o homem a viver fechado num mundo finito, desencantado, povoado de ídolos, à dimensão das suas frustrações. E assim se abre o caminho para a depressão, senão mesmo para a droga, para o sexo desregrado, para a violência, ...

Nesse encerramento em si mesmo o homem transforma-se num sistema fechado que a desordem interior vai degradando. Já não brilha nele a luz dessa pequena estrela que trazia consigo quando entrou no mundo. Ao contrário dos Reis Magos que, seguindo o caminho que a estrela lhes indicava, procuravam o Deus-Menino que tinha acabado de nascer, o homem deixou de procurar Deus.

Nós acreditamos que, no seu infinito amor, Deus não deixou de procurar o homem. Um alto responsável da hierarquia da Igreja terá dito que é exactamente essa crença que distingue a religião cristã das outras religiões. De facto, a Santíssima Trindade, na Sua infinita Bondade e Misericórdia, compadece-se e procura despertar do seu torpor aqueles que criou à sua imagem e semelhança. E é assim que Jesus e Maria, correspondendo aos desejos salvíficos do Criador, transmitem, através de instrumentos humanos, dóceis à acção do Espírito Santo, a luz da Sabedoria que lhes é própria, tudo fazendo para tornar acessível a todos o antídoto para o veneno da loucura do mundo. Não é isso a sabedoria humana, aos olhos de Deus?

Caro leitor, talvez tenha sido a simples curiosidade a trazê-lo até aqui. No entanto, como acreditamos que nos caminhos de Deus nada é por acaso, queremos aproveitar a sua presença para lhe propor que caminhe mais um pouco connosco, à luz da Sabedoria Divina, e vá abrindo as janelas de esperança que, aqui, for encontrando.

Cada um de nós, quando entra no mundo, traz consigo uma "pequena estrela" que ilumina o nosso céu interior. Por vezes, por causa do "nevoeiro", deixamos de a ver e tateamos, então, à procura do caminho. Que estas páginas possam ajudá-lo a reencontrar essa estrela e, a exemplo dos Reis-Magos, continuar o caminho da esperança a que todos somos chamados.

Para isso contamos com a solicitude maternal de Maria, Estrela da Evangelização, que desde os primórdios do Cristianismo guiou e aconselhou o povo de Deus no sentido do caminho certo, através das suas manifestações e aparições.